Bicameralismo: história, conceito e funções nos governos contemporâneos

Autores

  • Paulo Araújo UFES

Resumo

Historicamente, há dois tipos básicos de poder legislativo: o unicameral e o bicameral. Este é composto por duas câmaras que, em graus variados e por vias institucionais próprias, exercem controle uma sobre a outra. Tendo em vista a relevância dos sistemas bicamerais na discussão (e no funcionamento) atual das democracias, este texto propõe revelar o estado da arte do debate, explorando as origens históricas do bicameralismo, os fatores associados a sua dispersão, seus fundamentos teóricos e seus traços institucionais elementares e suas consequências políticas. Com isso, o presente trabalho consiste num ponto de partida teórico e metodológico para estudos e pesquisas sobre democracias bicamerais.

Biografia do Autor

Paulo Araújo, UFES

Professor de Ciência Política da Universidade Federal do Espírito Santo

Referências

ANASTASIA, F. Federação e relações intergovernamentais. In: AVELAR, L.; CINTRA, A. O. Sistema Político Brasileiro: uma introdução. Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer; São Paulo: Ed. Unesp, 2004, pp. 185-204

ARROW, K. J. Social Choice and Individual Values. New Haven: Yale University Press, 1963.

CASTRO, J. O. R. Introdução ao estudo das instituição políticas gregas. Belo Horizonte: Imprensa da Universidade de Minas Gerais, 1959.

DAHL, R.; TUFTE, E. Size and Democracy. Stanford: Stanford University Press, 1973.

DUVERGER, M. Os partidos Políticos. Brasília: UnB, 1980.

GIBSON, E. L.; CALVO, E. F.; FALLETI, T. G. Federalismo realocativo: sobre-representação legislativa e gastos públicos no hemisfério ocidental. Opinião Pública, vol. 9, n. 1, pp. 98-123, 2003.

IMMERGUT, E. As regras do jogo: a lógica da política de saúde na França, na Suíça e na Suécia. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 30, n. 11, p. 139-163, 1996.

KAISER, André. Institutional regimes. In: Jan W. Deth (ed.), Comparative Politics. The problem of equivalence. London/New York, 1998, pp. 205-221.

KOELBLE, T. The new institucionalism in Political Science and Sociology. Comparative Politics, v. 27, n. 2, pp. 201-244, 1995.

LEVMORE, S. Bicameralism: when are two decisions better than one? International Review of Law and Economics, vol. 12, pp. 145-62, 1992.

LIJPHART, A. As democracias contemporâneas. Gradiva: Lisboa, 1989.

LIJPHART, A. Modelos de Democracia: desempenho e padrões de governo em 36 países. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

LIMONGI, F. (1994). O novo institucionalismo e os estudos legislativos: a literatura norte-americana recente. Boletim Informativo Bibliográfico, Rio de Janeiro, pp. 3-38, n. 37.

LLANOS, M. El Bicameralismo en América Latina. Anuario del direito constitucional latino-americano, vol. 3, n. 1, pp. 347-377, 2003.

McKELVEY, R. D. Intransitives in multidimensional voting models e some implications for agend control. Journal of Economic Theory, n. 19, pp. 472-48, 1976.

MADISON, T.; HAMILTON, A.; JAY, J. O Federalista. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

MALAMUD, A.; COSTANZO, M. Subnacional bicameralism: the argentine case in comparative perspective. In: XIX World Congress of the IPSA, Africa do Sul, 2003. Disponível em: http://apps.eui.eu/Personal/Researchers/malamud/Subnational%20bicameralism.pdf. Acesso em 12, jun., 2016.

MASSICOTTE, L. Legislative unicameralism: a global survey and a few case studies. The Journal of Legislative Studies, vol. 7, n. 1, pp. 151-170, 2001.

MONEY, J.; TSEBELIS, G. Cicero's puzzle: Upper House power in comparative perspective. Internacional Political Science Review, vol. 13, p. 25-43, 1992.

MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

NEIVA, P. R. Estudo comparado de câmaras altas: os poderes e o papel dos senados nos sistemas presidencialistas. 2004. Tese (doutorado em ciência política) – Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, IUPERJ, Rio de Janeiro.

NOLTE, D. Funciones y funcionamento de los senados en los sistemas bicamerales de América Latina: um enfoque comparado. Arbeitspapier Institut für Iberoamerica-Kunde, nº 4, 2002.

PATTERSON, S.; MUGHAN, A. (orgs) Senates: bicameralism in the contemporary world. Ohio: Ohio State University Press, 1999.

PEREIRA, P. P. Processo legislativo: a revisão entre as Casas do Congresso Nacional. Revista Jus Navigandi, vol. 5, n. 46. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/137/processo-legislativo>. Acesso em: 07, mar., 2016.

RAE, D. The Political Consequences of Electoral Laws. New Haven, Yale University Press,1967.

SCHMITT, C. Teologia Política: cuatro ensaios sobre la representación. Buenos Ayres: Struhart, 1998.

SHUGART, M.; CAREY, J. Presidents and Assemblies. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

SCHUTTEMEYER, S. Hierarchy and efficiency in the Bundestag: the German answer for institutionalizing parliament. In: Parliaments in the Modern World, COPELAND, G. W.; PATTERSON, S. C. (ed.) Ann Arbor: University of Michigan Press, 1994.

STUART MILL, J. Considerações sobre o Governo Representativo. Brasília: Editora UnB, 1981.

TAAGEPERA, R.; SHUGART, M. Seats e Votes: the effects and determinants of electoral systems. New Haven: Yale University Press,1989.

TSEBELIS, G. Atores com poder de veto: como funcionam as instituições políticas. Rio de Janeiro: FGV, 2009.

TSEBELIS, G.; MONEY, J. Bicameralism. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.

TSEBELIS, G.; RASCH, B. Patterns of Bicameralism. In: Parliaments e Majority Rules in Western Europe. Frankfurt, New York: Campus Verlag; St Martin's Press: H. Doring Editor, 1995, pp. 365-390.

Downloads

Publicado

2017-02-17

Como Citar

Araújo, P. (2017). Bicameralismo: história, conceito e funções nos governos contemporâneos. Revista Brasileira De Estudos Políticos, 114. Recuperado de https://pos.direito.ufmg.br/rbep/index.php/rbep/article/view/439

Edição

Seção

Artigos