O julgamento da ADPF 153 pelo STF à luz da filosofia da memória política: narrar os fatos, juntar os trapos e lembrar para não esquecer
DOI:
https://doi.org/10.9732/rbep.v119i0.638Resumo
O presente artigo pretende formular análise crítica sobre o julgamento da ADPF 153 pelo STF, dando ênfase aos votos do Ministro Relator e do Ministro que abriu a divergência. Sob a perspectiva da filosofia política da memória buscou-se apresentar a relevância da narrativa para reconstrução de um passado que teima em não passar. Com ênfase na função do narrador, formulou-se uma crítica à anistia mantida no julgamento examinado e suas consequências para contemporaneidade brasileira. Apresenta-se o artigo como uma tentativa de formular um aviso de incêncio sobre a possibilidade de retorno do arbítrio.
Referências
ARENDT, Hannah. Verdade e Política. Entre o Passado e o Futuro. 1968.
AQUINO, João Emiliano Fortaleza de. Primo Levi, leitor de Freud: O falseamento das lembranças e o testemunho. Cadernos Benjaminianos, [S.l.], n. 7, p. 115-131, dez. 2013. ISSN 2179-8478. Disponível em: <http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/cadernosbenjaminianos/article/view/6049/5229>. Acesso em: 13 nov. 2018
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 153. Brasília, 29 de abril de 2010.
BENJAMIN, Walter. Experiência e Pobreza. In: Walter Benjamin o Anjo da História. Org. e trad. João Barrento. 2. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autência Editora, 2016. P. 85-90
BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito da História. In: Walter Benjamin o Anjo da História. Org. e trad. João Barrento. 2. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autência Editora, 2016. P. 09-20
BENJAMIN, Walter. “O Narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov”. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 7. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
GAGNEBIN, Jean Marie. Memória, história, testemunho. In: Memória e (Res)sentimento indagações sobre uma questão sensível. Orgs. Stella Bresciani e Márcia Naxara. 2. ed. Campinas: Editora Unicamp, 2004. P. 83-92.
GAGNEBIN, Jean Marie. Limiar, aura e rememoração. Ensaios sobre Walter Benjamin. São Paulo: Editora 34, 2014.
HARTMANN, Sara. Walter Benjamin e Paul Ricoeur: narração e experiência por vir. Cadernos Benjaminianos, [S.l.], n. 9, p. 13-23, out. 2015. Disponível em: <http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/cadernosbenjaminianos/article/view/8598/8495>. Acesso em: 12 nov. 2018
LOWY, Michael. Walter Benjamin: aviso de incêndio. Uma leitura das teses “Sobre o conceito de história”. São Paulo: Boitempo, 2014.
MOREIRA, Nelson Camatta e DE PAULA, Rodrigo Francisco. Identidade e memória no constitucionalismo brasileiro. O que é um pai, hoje?: Reflexões nas fronteiras entre direito e psicanálise. Org. Vescovi, Renata Conde. Vitória: FDV publicações, 2016. p. 157.
OLIVEIRA, Antonio Leal de, GOMES, Raoni Vieira. Seletividade racial no sistema penal brasileiro: apontamentos para a reconstrução da memória racial nacional a partir das teses de Walter Benjamin. Revista Brasileira de Ciências Criminais, vol. 135. São Paulo: RT, 2017, p. 73.
OLIVEIRA, Antonio Leal de. O direito à memória como um dos fundamentos da dignidade humana: memória política e justiça para as vítimas do progresso. Tese (doutorado) em direito. PUC-RJ, 312 p.
OST, François. Contar a Lei, as fontes do imaginário jurídico. São Leopoldo – RS: Editoria Unisinos, 2007.
MATE, Reyes. Meia-noite na história. Comentários às teses de Walter Benjamin sobre o conceito de história. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2011.
RICOEUR, Paul. Memória, História, Esquecimento. In “Haunting Memories? History in Europe after Authoritarianism”. 8 de Março de 2003, Budapeste, Hungria.
SELIGMANN-SILVA, Márcio, "Anistia e (in)justiça no Brasil: o dever de justiça e a impunidade." In: Revista Literatura e Autoritarismo: memórias da repressão, n. 9, 2006. Disponível em: < http://coralx.ufsm.br/grpesqla/revista/num09/art_02.php>. Acesso em: 26 de junho de 2018.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. Auschiwitz: história e memória. In: Pro-Posições, vol. 1, n. 5. 78-87.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à Revista Brasileira de Estudos Políticos o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution. Essa licença permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, desde que sem fins comerciais.
É permitido ainda que outros distribuam, adaptem e criem a partir do seu trabalho, sem fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
The authors maintain the copyright and grant the Brazilian Journal of Political Studies the right of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License. This license allows the sharing of the work with authorship recognition and initial publication in this journal, as long as it is not for commercial purposes.
It is also allowed that others distribute, adapt and create from their work, without commercial purposes, as long as they attribute due credit for the original creation.
Authors are allowed to enter into additional contracts separately for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g., publish in an institutional repository or as a book chapter), with authorship recognition and initial publication in this journal.
Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online after the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase the impact and citation of the published work.