Mulheres e sociedade

uma rota de colisão entre papel e expectativa social

Autores

  • Fabiana Marion Spengler Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC
  • Fernanda da Silva Lima Universidade do Extremo Sul Catarinense

DOI:

https://doi.org/10.9732/2021.v123.691

Resumo

INTRODUÇÃO: O presente artigo tem como tema o papel social das mulheres. O principal problema de pesquisa a ser respondido é: de que modo o papel atribuído às mulheres vem sendo desenvolvido atualmente e como o rompimento da expectativa social em seu desempenho contribui para o surgimento de conflitos?

OBJETIVOS: Analisar o papel social atribuído as mulheres elencando as consequências pelo seu descumprimento.

METODOLOGIA: Como método de procedimento foi utilizado o método monográfico e como técnica de pesquisa aplicou-se a bibliográfica

RESULTADOS: A pesquisa resultou na produção de um texto que aborda o papel desempenhado pela mulher, e a ruptura da expectativa social no seu desempenho como fonte originária do conflito social; outro resultado do texto foi a comprovação de que as rupturas no desempenho dos papeis femininos que geram o conflito também produzem mudança social. 

CONCLUSÕES: A principal conclusão diz respeito a confirmação da hipótese no sentido de que o papel atribuído e exercido pelas mulheres vem sendo desenvolvido de modo diverso, muitas vezes em verdadeira rota de colisão com as expectativas sociais contribuindo, assim, para o surgimento de conflitos.

Biografia do Autor

Fabiana Marion Spengler, Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC

Bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ2) do CNPq. É doutora em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2007) com bolsa CAPES e pós-doutora pela Universidade degli Studi di Roma Tre (2011) com bolsa do CNPq. Atualmente é professora adjunta da Universidade de Santa Cruz do Sul lecionando na graduação e na pós graduação junto ao Programa de Mestrado e de Doutorado em Direito. Líder da Rede de Pesquisa em Direitos Humanos e Políticas Públicas (ReDiHPP) (site: http://bit.ly/1LePnPi). É integrante do grupo de pesquisa internacional "Dimensions of Human Rights" (http://www.ijp.upt.pt/page.php?p=298), mantido pelo Instituto Jurídico Portucalense (IJP). É integrante da Comissão de mediação e Práticas Restaurativas da OAB de Santa Cruz do Sul. Recebeu Menção Honrosa no Prêmio Capes de Teses 2008.

Fernanda da Silva Lima, Universidade do Extremo Sul Catarinense

Doutora e Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Bacharel em direito pela Universidade do Extremo Sul Catarinense. Professora Permanente no Programa de Pós-Graduação em Direito da Unesc (Mestrado em Direito). Professora titular da disciplina de Direitos Humanos na UNESC. Vice líder do Núcleo de Estudos em Direitos Humanos e Cidadania (NUPEC/UNESC). Coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Gênero e Raça (NEGRA/UNESC). Integrante do NEAB/UNESC (Núcleo Núcleo de Estudos Étnico-Raciais, Afrobrasileiros, Indígenas e Minorias).Pesquisadora na área de Direito Público com linha de pesquisa Direitos Humanos, Cidadania e novos direitos com interesse nos seguintes temas: relações raciais, feminismo negro, reconhecimento e decolonialidade. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7406-0020

Referências

ACUÑA, María Elena. Conceptos fundamentales: Posición occidental del sujeto teórico, tensiones sobre la idea biologicista de la mujer, material del curso Introducción a las teorías feministas, impartido en UAbierta, Universidad de Chile, 2019.

AKOTIRENE, Carla. O que é interseccionalidade. Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2018. Coleção Feminismos Plurais.

ALMEIDA, Silvio de. O que é racismo estrutural. Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2018. Coleção Feminismos Plurais.

ARAÚJO, Clara. Valores e desigualdade de gênero Mediações entre participação política e representação democrática. Civitas, Porto Alegre, v. 16, n. 2, e36-e61, abr.-jun. 2016.

ARRUZZA, Cinzia; BHATTACHARYA, Tihi; FRASER, Nancy. Feminismo para os 99%: um manifesto. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2019.

BEUCHARD, Jacques. La dynamique conflictuelle. Paris: Réseausx, 1981.

BIROLI, Flávia. Gênero e desigualdades: limites da democracia no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018.

BIROLI, Flávia; MIGUEL, Luis Felipe. Introdução: teoria política feminista hoje. In: BIROLI, Flávia; MIGUEL, Luis Felipe. (orgs.) Teoria política feminista: textos centrais. Vinhedo, Editora Horizonte, 2013.

BLANCHOT, Maurice. Pour l’amitié. Paris: Fourbis, 1996.

BOUDON, R.; BOURRICAUD, F. Dicionário crítico de sociologia. Tradução de Maria Letícia Guedes Alcoforado e Durval Ártico. São Paulo: Ática, 1993.

BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. 8 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

CARDOSO, Cláudia Pons. Apresentação. In: hooks, bell. Teoria Feminista: da margem ao centro. Tradução de Rainer Patriota. São Paulo: Perspectiva, 2019.

CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. Revista Estudos Avançados. São Paulo, n. 14 (49), 2003.

COLLINS, Randall. Teorie Sociologiche. Traduzione di Umbreto Livini. Bologna: Il Mulino, 2006.

COSER, Lewis A. Le funzioni del conflitto sociale. Milano: Feltrinelli, 1967.

CRUZ, Maria Helena Santana; DIAS, Alfrancio Ferreira. Antifeminismo. Revista de Estudos de Cultura. Sergipe. nº 01, Jan.Abr. 2015.

DAHRENDORF, Ralf. Homo sociologicus: ensaio sobre a história, o significado e a crítica da categoria social. Tradução de Manfredo Berger. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1991.

DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. Trad. Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016.

DEUTSCH, Morton. A resolução do conflito: processos construtivos e processos destrutivos. In: AZEVEDO, André Gomma. Estudos em arbitragem, negociação e mediação: Brasília: Grupos de Pesquisa, 2004, p. 29-100.

DUFFY, K. G.; GROSCH, J. W.; OLCZAK, P. V. La mediación y sus contextos de aplicación. Una introducción para profesionales e investigadores. Traducción de María Ángeles Garoz. Barcelona: Paidós Ibérica, 1996.

ESPINOSA-MIÑOSO, Yuderkys. Uma crítica descolonial a la epistemologia feminista crítica. El Cotidiano. Ciudad de México, n. 184, marzo-abril, 2014.

FARAH, Marta Ferreira Santos. Gênero e políticas públicas. In Estudos Feministas, Florianópolis, 12 (1): 47-71, janeiro-abril/2004. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/ref/v12n1/21692> Acesso em 15/03/2019.

FARHERR, Jaime. RESENHA: WOLLSTONECRAFT, Mary. Reivindicação dos direitos das mulheres. Diaphonía, v. 3, n. II, 2017, Cascavel/PR.

FEDERICI, Silvia. O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. Tradução de Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2019.

FREUD, Sigmund. O mal estar da civilização. Tradução de José Octávio de Aguiar Breu. Rio de Janeiro: Imago, 1997.

FREUND, Julien. Il terzo, il nemico, il conflicto. Materiali per una teoria del politico. A cura di Alessandro Campi. Milano: Giuffrè, 1995.

GONZATTI, Renata Maria. A sub-representação política das mulheres no parlamento brasileiro: o “teto de cristal” político-jurídico e os desafios às políticas públicas para a sua superação. Dissertação. (Mestrado em Direito). Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul, UNISC, Santa Cruz do Sul, 2018.

HOBBES, Thomas. Leviatã ou a matéria, forma e poder de uma república eclesiástica e civil. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

hooks, bell. Não serei eu uma mulher? As mulheres negras e o feminismo. Tradução de Nuno Quintas. Lisboa: Orfeu Negro, 2018.

hooks, bell. Teoria feminista: da margem ao centro. Tradução de Rainer Patriota. São Paulo: Perspectiva, 2019.

JOHNSON, Allan G. Dicionário de Sociologia. Guia prático da linguagem sociológica. Tradução de Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

LIMA, Fernanda da Silva. Racismo e antirracismo no Brasil: temas emergentes no cenário sócio jurídico. 1. ed. Santa Cruz do Sul: Essere nel Mondo, 2018.

LIMA, Fernanda da Silva; CAPORAL, Angélica Azeredo Garcia. Feminismo negro no Brasil e luta por reconhecimento: um diálogo com a Teoria da Justiça de Nancy Fraser. Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM. Santa Maria/RS. v. 15, p. 1-33, 2020

LIMA, Fernanda da Silva; BORGES, Gustavo. Publicidade e racismo reverso? O que uma campanha publicitária tem a revelar sobre o racismo no Brasil. Revista de Direito do Consumidor. v. 123, n. 128, p. 37-76. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, mai-jun, 2019.

LEMOS, Rosália de Oliveira. Os feminismos negros: a reação aos sistemas de opressões. Revista Espaço Acadêmico. Maringá/PR, p. 1-14, n. 185, out., 2016.

LUGONES, María. Colonialidad y Género. Tabula Rasa. Bogotá - Colombia, n. 9: 73-101, julio-diciembre 2008.

LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas. Florianópolis, 22(3): 320, setembro-dezembro/2014.

MACHADO, Isadora Vier. Adolescentes institucionalizadas : um estudo sobre proteção integral e gênero no Centro de Socioeducação da região de Ponta-Grossa-PR. 183 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Jurídicas, Programa de Pós-Graduação em Direito, Florianópolis, 2010.

MARX, Karl. Do capital. O rendimento e suas fontes. Tradução de Edgar Malagodi. São Paulo: Nova Cultural, 1996. (Os pensadores).

MOREIRA, Núbia Regina. Feminismo negro brasileiro: igualdade, diferença e representação. Anais do 31º Encontro da Anpocs. Caxambu/MG: Anpocs, 2007.

NIETZSCHE, Friederich. Em que medida as condições de vida serão mais artísticas na Europa. In: Gaia Ciência. Lisboa: Guimarães, 1967.

PATEMAN, Carole. Críticas feministas à dicotomia público/privado. In: BIROLI, Flávia; MIGUEL, Luis Felipe. (orgs.) Teoria política feminista: textos centrais. Vinhedo, Editora Horizonte, 2013.

PEDRO, Joana. Traduzindo o debate: o uso da categoria gênero na pesquisa histórica. HISTÓRIA, São Paulo, v.24, N.1, P.77-98, 2005.

PRÁ; Jussara Reis; EPPING, Léa. Cidadania e feminismo no reconhecimento dos direitos humanos das mulheres. Estudos Feministas, Florianópolis, 20(1): 33-51, janeiro-abril/2012.

RESTA, Eligio. “Giudicare, conciliare, mediare”. In: F. Scarparro, Il coraggio di mediare. Contesti, teorie e pratiche di risoluzioni alternative delle controversie. Milano: Angelo Guerini, 2005b.p.105-120.

RESTA, Eligio. Il diritto Fraterno. Roma-Bari: Laterza, 2005a.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017. Coleção Feminismos Plurais.

RIEF, Philip. Na obra: Freud: the mind of a moralist. New York, [s. ed.], 1958.

RODRIGUEZ, José Rodrigo. Democracia e Feminismo: qual racionalidade? Revista Brasileira de Estudos Políticos, Belo Horizonte, n. 114, pp. 199-222, jan./jun. 2017.

ROSS, Marc Howard. La cultura del conflicto. Las diferencias interculturales en la práctica de la violencia.Traducción de José Ral Gutiérrez. Barcelona: Paidós Ibérica, 1995.

SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 16, n. 2, p. 5-22, jul/dez., 1990.

SCHMIDT, Rita Terezinha. Refutações ao feminismo: (des)compassos da cultura letrada brasileira. Revista Estudos Feministas. Florianópolis, 14(3): 765-799, setembro-dezembro/2006.

SIMMEL, Georg. Sociologia.Organização: Evaristo de Moraes Filho. Tradução de Carlos Alberto Pavanelli, et al. São Paulo: Ática, 1983.

SPENGLER, Fabiana Marion. Da jurisdição à mediação: por uma outra cultura no tratamento dos conflitos. 2 ed. Ijuí: Unijuí, 2016.

TIBURI, Márcia. Feminismo em comum: para todas, todes e todos. 7 ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.

VIEIRA, Reginaldo de Souza. A cidadania na República Federativa: pressupostos para a articulação de um novo paradigma jurídico e político para os Conselhos de Saúde. 2013. 540 fl. Tese (Doutorado em Direito) – Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina, 2013.

Downloads

Publicado

2021-12-31

Como Citar

Spengler, F. M., & Lima, F. da S. . (2021). Mulheres e sociedade: uma rota de colisão entre papel e expectativa social. Revista Brasileira De Estudos Políticos, 123, 129-175. https://doi.org/10.9732/2021.v123.691

Edição

Seção

Artigos