Depois de eleitas
os desafios de deputadas federais para o exercício do mandato
DOI:
https://doi.org/10.9732/2021.v122.720Resumo
PROBLEMÁTICA: A problemática do presente artigo abrange a análise das dificuldades que as deputadas federais enfrentam depois de eleitas para o exercício do mandato. Após a eleição, elas são tratadas com equidade pelos partidos e pela Câmara em relação aos deputados? Quais dificuldades específicas elas enfrentam para exercerem o mandato?
OBJETIVO: O presente estudo objetiva avaliar quais são os principais obstáculos que as deputadas federais enfrentam durante o exercício do mandato, com base nas percepções delas próprias.
MÉTODO: As estratégias metodológicas consistem em três etapas. Primeiramente, com finalidade exploratória, foi realizado um grupo focal online com assessores/as de deputadas, a fim de captar as percepções de quem lida diretamente com as parlamentares no cotidiano e conhece os problemas enfrentados por elas. Em segundo lugar, com base nos resultados preliminares do grupo de discussão, foi realizado um survey com perguntas fechadas e abertas com quatro grupos pareados: (a) assessores/as dos gabinetes das parlamentares em Brasília; (b) assessores/as dos escritórios delas nos estados; (c) assessores/as das lideranças partidárias; (d) assessores/as das comissões permanentes da Câmara, totalizando 506 respondentes. A última etapa da pesquisa consistiu em entrevistas presenciais com as próprias deputadas, com o objetivo de ouvir diretamente delas como encaram e enfrentam os problemas decorrentes da condição de serem mulheres.
RESULTADO: Os resultados mostram que os obstáculos não se restringem ao período pré-eleitoral, mas perpassam todo o mandato das mulheres já eleitas, dificultando, assim, o avanço e a consolidação da representação política feminina no Brasil no âmbito do Poder
Legislativo.
CONCLUSÕES: As conclusões mostram que não basta a eleição de representantes femininas, mas principalmente à existência de condições institucionais para que as mulheres possam
exercer plenamente seu papel de sujeito político, ou seja, que as representantes possam efetivamente exercer seu mandato em sintonia com as causas por elas defendidas, em nome dos grupos sociais por elas representados.
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