Direito e democracia
retorno sobre a abordagem processual de Habermas
DOI:
https://doi.org/10.9732/2021.v122.883Resumo
O trabalho desenvolve a tese habermasiana do ‘condicionamento mútuo’ entre direito e democracia, em uma unidade de compreensão e ação, objetivando contribuir para sua elucidação. A partir da ‘teoria kantiana do direito’, Habermas conjuga a autonomia individual com a autonomia pública e elabora uma versão comunicacional na qual a comunidade política moderna, formada por todos os atores sociais, se perceba como uma intersubjetividade mútua de posições a fim de afirmar, de fazer crescer e desenvolver a liberdade individual. A ação comunicativa garante que os plurais se combinem "anonimamente" para não prejudicar o indivíduo ou a liberdade individual, reconhecendo, todavia, a tensão existente nesse agir comunicativo haja vista que o espaço público acessível a todos deve autonomamente possibilitar a todos expressarem suas opiniões. Habermas reconhece a impossibilidade do "consenso" perfeito em uma sociedade construída sobre a autonomia plena dos co-societários, o que mantém permanentemente ativa a ação comunicacional. A legitimidade do “direito e democracia" se forma no espaço público com a igual participação de todos os atores sociais, a fim de ‘significar’ uma legalidade legítima. Com efeito, o agir comunicacional proporciona uma democracia livre de todas as formas de instrumentalização que tomarão o lugar uma vez ocupado pelo contratualismo.
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