Max Weber e a história do direito: Fundamentos empíricos e historiográficos da sociologia jurídica weberiana

Autores

  • Alexander de Castro Westfälische Wilhelms-Universität Münster (Alemanha)

DOI:

https://doi.org/10.9732/P.0034-7191.2016V112P11

Resumo

Em sua sociologia do direito, Max Weber – seguindo a orientação geral de toda a sua obra – busca definir bases para a compreensão da singularidade do processo de racionalização do direito no ocidente moderno, em especial do sistema jurídico romano-germânico. Tendo iniciado sua carreira acadêmica como jurista-historiador no âmbito da escola histórica do direito alemã do século XIX, desenvolvendo pesquisas em história do direito comercial e do direito romano, Weber conhecia com profundidade a literatura jurídico-historiográfica da época e possuía familiaridade com as principais fontes da história do direito ocidental. Sua sociologia jurídica tipológico-comparativa e as diversas teorias que dela emergem sobre as relações entre as diversas formas de direito com as formações políticas, econômicas e religiosas possuíam, assim, sólidas bases empíricas e podem oferecer importante contribuição para a pesquisa hodierna.

Biografia do Autor

Alexander de Castro, Westfälische Wilhelms-Universität Münster (Alemanha)

Doutor em Direito pela Universidade de Florença (Itália).

Pós-doutorado pela Westfälische Wilhelms-Universität Münster (Alemanha).

Pesquisador do Institut für Rechtsgeschichte e do Exzellenzcluster "Religion und Politik in den Kulturen der Vormoderne und der Moderne" da Westfälische Wilhelms-Universität Münster (Alemanha).

Referências

ARGÜELLO, Katie. O Ícaro da Modernidade: Direito e Política em Max Weber. São Paulo: Acadêmica, 1997.

ARRUDA JR., Edmundo Lima de. Max Weber: Direito e Modernidade. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1996.

BERMAN, Harold. Max Weber as legal historian. In: TURNER, Stephen (Org.). The Cambridge Companion to Weber. Cambridge: Cambridge University Press, 2000, pp. 223-239.

BERMAN, Harold. Some false premies of Max Weber’s Sociology of Law. Washington University Law Review. Washington, vol. 65, issue 4, pp. 758-770, Jan. 1987.

BOBBIO, Norberto. Max Weber und Hans Kelsen. In: REHBINDER, Manfred; TIECK, Klaus-Peter (Org.). Max Weber als Rechtssoziologe. Berlin: Duncker & Humblot, 1987, pp. 108-126.

BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: Lições de filosofia do direito. Tradução e notas de Márcio Pugliesi, Edson Bini, Carlos E. Rodrigues. São Paulo: Ícone, 1995a.

BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. 5. ed. Tradução de Maria Celeste C.J. Santos. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1995b.

BREUER, Stefan; TREIBER, Hubert (Org.). Zur Rechtssoziologie Max Webers: Interpretation, Kritik, Weiterentwicklung. Oplden: Westdeutscher Verlag, 1984.

CAPPELLINI, Paolo. La Forma-Codice e i suoi destinatari: morfologie e metamorfosi di un paradigma della modernità. In: CAPPELLINI, Paolo; SORDI, Bernardo (Orgs.). CODICI: UNA RIFLESSIONE DI FINE MILLENNIO. 1., 2000, Firenze, Atti dell'incontro di studio, Milano: Giuffrè, 2002, pp. 11-68.

CAPPELLINI, Paolo. Systema iuris. Vol. I: Genesi del sistema e nascita della “scienza” delle pandette. Milano: Giuffrè Editore, 1984.

CAPPELLINI, Paolo. Systema iuris. Vol. II: Dal sistema alla teoria generale. Milano: Giuffrè Editore, 1985.

CISSOKO, Sékéné Mody. Os Songhai do século XII ao XVI. In: NIANE, Djibril Tamsir (Org.). História Geral da África. Vol. IV: África do século XII ao XVI. 2. ed. Brasília: UNESCO, 2010, pp. 211-36.

COHN, Gabriel. Prefácio: como um Hobby ajuda a entender um Grande Tema. In: Os Fundamentos Racionais e Sociológicos da Música. Tradução de Leopoldo Waizbort. São Paulo: Editora da USP, 1995.

D’AVRAY, David. Max Weber and Comparative Legal History. In: LEWIS, Andrew; LOBBAN, Michael (Org.). Law and History. Current legal Issues. Vol. 6. Oxford; New York : Oxford University Press, 2004, pp. 189-99.

DE CASTRO, Alexander. Beccaria e o direito penal do absolutismo esclarecido: O reformismo habsbúrgico e o Iluminismo na Lombardia austríaca. In: DE CASTRO, A.; DAL RI JÚNIOR, A.; SONTAG, R.; DE PAULO, A. Iluminismo e Direito Penal. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2009, pp. 13-66.

DEININGER, Jürgen. Editorischer Bericht. In: WEBER, Max. Die römische Agrargeschichte in ihrer Bedeutung für das Staats- und Privatrecht. Herausgegeben von Jürgen Deininger. Tübingen: Mohr Siebeck, 1986, pp. 56-89.

DILCHER, Gehard. As raízes jurídicas de Max Weber. Tempo social: revista de sociologia da USP. São Paulo, v. 25, n. 1, pp. 85-98, 2012.

DILCHER, Gehard. Von der Rechtsgeschichte zur Soziologie: Max Webers Auseinandersetzung mit der Historischen Rechtsschule. Juristen Zeitung. Tübingen, ano 62, n. 3, pp. 105-112, Februar 2007.

DILCHER, Gerhard; LEPSIUS, Susanne. Einleitung. In: WEBER, Max. Zur geschichte der Handerlsgesellschaften im Mittelalter. Schriften 1889-1894. Herausgegeben von Gerhard Dilcher und Susanne Lepsius. Tübingen: Mohr Siebeck, 2008, pp. 1-97.

FREDERICO II. O Anti-Maquiavel. Tradução de Ivone C. Benedetti. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.

FREUND, Julien. Die Rationalisierung des Rechts nach Max Weber. In: REHBINDER, Manfred; TIECK, Klaus-Peter (Org.). Max Weber als Rechtssoziologe. Berlin: Duncker & Humblot, 1987.

FREUND, Julien. Sociologia de Max Weber. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1970.

FRIGO, Daniela. Disciplina rei familiariae: a economia como modelo administrativo de Ancien Régime. Penélope: revista de história e ciências sociais. Lisboa, n. 6, pp. 47-62, 1991.

FRIGO, Daniela. Il padre di famiglia: governo della casa e governo civile nella tradizione dell’“econômica” tra cinque e seicento. Roma: Bulzoni Editore, 1985.

FRIGO, Daniela. Principe, Giudici, Giustizia: Mutamenti Dottrinali e Vicende Istituzionali fra Sei e Settecento. In: COLAO, Floriana; BERLINGER, Luigi (Org.). Illuminismo e Dottrine Penali. Milano: Giuffrè, 1990, pp. 3-38.

HENKEL, Thomas. Begriffsjurisprudenz und Billigkeit: zum Rechtsformalismus der Pandektistik nach G. F. Puchta. Köln: Böhlau Verlag, 2004.

KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Tradução de João Baptista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

LEPSIUS, M. Rainer. “Economia e sociedade”: a herança de Max Weber à luz da edição de sua Obra completa (MWG). Tempo social: revista de sociologia da USP. São Paulo, v. 25, n. 1, pp. 137–145, 2012.

LUIG, Klaus. Conring, das deutsche Recht und die Rechtsgeschichte. In: LUIG, Klaus. Römisches Recht, Naturrecht, nationales Recht. Goldbach: Keip, 1998a, pp. 319–59.

LUIG, Klaus. Samuel Stryk (1640–1710) und der usus modernus pandectarum. In: LUIG, Klaus. Römisches Recht, Naturrecht, nationales Recht. Goldbach: Keip, 1998b, pp. 91–107.

MARRA, Realino. Dalla comunità al diritto moderno: La formazione giuridica di Max Weber 1882-1889. Torino: Giappichelli, 1992.

MOUSOURAKIS, George. Roman Law and the Origins of the Civil Law Tradition. New York: Springer, 2014.

MURATORI, Ludovico Antonio. Della pubblica felicità: Oggetto de' buoni prìncipi. Organizado por Cesare Mozzarelli. Roma: Donzelli Editore, 1996.

PETERSEN, Jens. Max Webers Rechtssoziologie und die juristische Methodenlehre. Tübingen: Mohr Siebeck, 2014.

PIERUCCI, Antônio Flávio. Economia e sociedade: últimos achados sobre a “grande obra” de Max Weber. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo, vol. 23, n. 68, pp.41-51, 2008.

PIERUCCI, Antônio Flávio. O Desencantamento do Mundo. São Paulo: Ed.34, 2003.

RANIERI, Filippo. Entscheidungsfindung und Technik der Urteilsredaktion in der Tradition des deutschen Usus Modernus: das Beispiel der Aktenrelationen am Reichskammergericht. In: WIJFFELS, Alain (Org.). Case Law in the Making: The Techniques and Methods of Judicial Records and Law Reports. Vol. 1. Berlin: Duncker und Humblot, 1997, pp. 277-297.

REHBINDER, Manfred. Max Weber und die Rechtswissenschaft. In: REHBINDER, Manfred; TIECK, Klaus-Peter (Org.). Max Weber als Rechtssoziologe. Berlin: Duncker & Humblot, 1987, pp. 127-149.

REHBINDER, Manfred; TIECK, Klaus-Peter (Org.). Max Weber als Rechtssoziologe. Berlin: Duncker & Humblot, 1987.

ROCCO, Arturo. Il problema e il metodo nella scienza del diritto penale: Prelezione al corso di diritto e procedura penale, letta nella R. Università di Sassari il 15 gennaio 1910. Rivista di diritto e procedura penale. Milano, vol. I, pp. 497-521, 560-82, 1910.

ROOS, Nico. Antiformale Tendenze im modernen Recht: eine These Max Webers, diskutiert am Beispiel der Laienrichterfrage. In: BREUER, Stefan; TREIBER, Hubert (Org.). Zur Rechtssoziologie Max Webers: Interpretation, Kritik, Weiterentwicklung. Oplden: Westdeutscher Verlag, 1984, pp. 223-267.

SBRICCOLI, Mario. L’interpretazione dello statuto: contributo allo studio della funzione dei giuristi nell'età comunale. Milano: A. Giuffrè, 1969.

SCHIERA, Pierangelo. Il cameralismo e l'assolutismo tedesco: Dall'arte di governo alle scienze dello Stato. Milano: A. Giuffre, 1968.

SCHIERA, Pierangelo. Max Weber und die deutsche Rechtswissenschaft des 19. Jahrhunderts. In: REHBINDER, Manfred; TIECK, Klaus-Peter (Org.). Max Weber als Rechtssoziologe. Berlin: Duncker & Humblot, 1987, pp. 150-168.

SCHLUCHTER, Wolfgang. Die Entstehung des modernen Rationalismus: Eine Analyse von Max Webers Entwicklungsgeschichte des Okzidents. Frankfurt a.M.: Suhrkamp,1998.

SCHLUCHTER, Wolfgang. Die Entwicklung des okzidentalen Rationalismus: Eine Analyse von Max Webers Gesellschaftsgeschichte. Tübingen: Mohr Siebeck, 1979.

SCHULZE, Reiner. Policey und Gesetzgebungslehre im 18. Jahrhundert, Berlin, Duncker & Humblot, 1982.

SEELAENDER, Airton L. Cerqueira Leite. “Economia Civil” e “Polícia” no ensino do “Direito Pátrio” em Coimbra: Notas sobre as “Prelecções” de Ricardo Raymundo Nogueira. Tempo: Revista do Departamento de História da UFF. Niterói, vol.17, n. 31, pp.35-63, 2011.

SEELAENDER, Airton L. Cerqueira Leite. A “Polícia” e as Funções do Estado: Notas sobre a “Polícia” do Antigo Regime. Revista da Faculdade de Direito. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, v. 49, pp. 73-87, 2010a.

SEELAENDER, Airton L. Cerqueira Leite. A Polícia e o Rei-Legislador. In: BITTAR, Eduardo C. B. (Org.). História do Direito Brasileiro: Leituras da Ordem Jurídica Nacional. São Paulo: Editora Atlas, 2010b, pp. 120-35.

SEELAENDER, Airton L. Cerqueira Leite. Polizei, Ökonomie und Gesetzgebungslehre. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 2003.

SELL, Carlos Eduardo. Racionalidade e racionalização em Max Weber. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo, vol. 27, n. 79, pp. 153-233, junho/2012.

SONTAG, Ricardo. Teoria da legislação e direito penal em Jeremy Bentham: a questão dos destinatários. In: DAL RI JÚNIOR, Arno; SONTAG, Ricardo (Org.). História do direito penal entre medievo e modernidade. Belo Horizonte: Del Rey, 2011, pp. 231-252.

STOLLEIS, Michael. Geschichte des öffentlichen Rechts in Deutschland. Band 1: Reichspublizistik und Policeywissenschaft 1600 bis 1800. München: Beck, 1988.

TUORI, Kaius. Weber and the Ideal of Roman Law. In: LEWIS, Andrew; LOBBAN, Michael (Org.). Law and History. Current legal Issues. Vol. 6. Oxford; New York : Oxford University Press, 2004, pp. 201-14.

TURNER, Stephen P.; FACTOR, Regis A. Max Weber: The Lawyer as Social Thinker. London, New York: Routledge, 1994.

VOPPEL, Reinhard. Der Einfluß des Naturrechts auf den usus modernus: Eine Untersuchung anhand der Literatur zum geltenden Recht im 17. und 18. Jahrhundert. Köln: Heymann, 1996.

WEBER, Max. A “objetividade” do conhecimento na ciência social e na ciência política. In: WEBER, Max. Metodologia das Ciências Sociais. Parte 1. Tradução de Augustin Wernet. 4. ed. São Paulo: Cortez Editora; Campinas: Editora da Unicamp, 2001, pp. 107-154.

WEBER, Max. A ciência como vocação. In: WEBER, Max. Ciência e Política: duas vocações. Tradução de Leonidas Hegenberg e Octany Silveira da Mota. 12. ed. São Paulo: Cultrix, 2004, pp. 17-52.

WEBER, Max. Die römische Agrargeschichte in ihrer Bedeutung für das Staats- und Privatrecht. Herausgegeben von Jürgen Deininger. Tübingen: Mohr Siebeck, 1986.

WEBER, Max. Economia e Sociedade. Vol. 2. Tradução de Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. Brasília: Editora Universidade de Brasília; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1999.

WEBER, Max. Zur geschichte der Handerlsgesellschaften im Mittelalter. Schriften 1889-1894. Herausgegeben von Gerhard Dilcher und Susanne Lepsius. Tübingen: Mohr Siebeck, 2008.

WIEACKER, Franz. Privatrechtsgeschichte der Neuzeit: unter besonderer Berücksichtigung der deutschen Entwicklung. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1967.

WILLOWEIT, Dietmar. Der Usus modernus oder die geschichtliche Begründung des Rechts. Zur rechtstheoretischen Bedeutung des Methodenwandels im späten 17. Jahrhundert. In: WILLOWEIT, Dietmar (Org.). Die Begründung des Rechts als historisches Problem. München: Oldenbourg Verlag, 2000, pp. 229-246.

Downloads

Publicado

2016-08-31

Como Citar

de Castro, A. (2016). Max Weber e a história do direito: Fundamentos empíricos e historiográficos da sociologia jurídica weberiana. Revista Brasileira De Estudos Políticos, 112, 11-66. https://doi.org/10.9732/P.0034-7191.2016V112P11

Edição

Seção

Artigos