Max Weber e a história do direito: Fundamentos empíricos e historiográficos da sociologia jurídica weberiana
DOI:
https://doi.org/10.9732/P.0034-7191.2016V112P11Resumo
Em sua sociologia do direito, Max Weber – seguindo a orientação geral de toda a sua obra – busca definir bases para a compreensão da singularidade do processo de racionalização do direito no ocidente moderno, em especial do sistema jurídico romano-germânico. Tendo iniciado sua carreira acadêmica como jurista-historiador no âmbito da escola histórica do direito alemã do século XIX, desenvolvendo pesquisas em história do direito comercial e do direito romano, Weber conhecia com profundidade a literatura jurídico-historiográfica da época e possuía familiaridade com as principais fontes da história do direito ocidental. Sua sociologia jurídica tipológico-comparativa e as diversas teorias que dela emergem sobre as relações entre as diversas formas de direito com as formações políticas, econômicas e religiosas possuíam, assim, sólidas bases empíricas e podem oferecer importante contribuição para a pesquisa hodierna.Referências
ARGÜELLO, Katie. O Ícaro da Modernidade: Direito e Política em Max Weber. São Paulo: Acadêmica, 1997.
ARRUDA JR., Edmundo Lima de. Max Weber: Direito e Modernidade. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1996.
BERMAN, Harold. Max Weber as legal historian. In: TURNER, Stephen (Org.). The Cambridge Companion to Weber. Cambridge: Cambridge University Press, 2000, pp. 223-239.
BERMAN, Harold. Some false premies of Max Weber’s Sociology of Law. Washington University Law Review. Washington, vol. 65, issue 4, pp. 758-770, Jan. 1987.
BOBBIO, Norberto. Max Weber und Hans Kelsen. In: REHBINDER, Manfred; TIECK, Klaus-Peter (Org.). Max Weber als Rechtssoziologe. Berlin: Duncker & Humblot, 1987, pp. 108-126.
BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: Lições de filosofia do direito. Tradução e notas de Márcio Pugliesi, Edson Bini, Carlos E. Rodrigues. São Paulo: Ícone, 1995a.
BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. 5. ed. Tradução de Maria Celeste C.J. Santos. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1995b.
BREUER, Stefan; TREIBER, Hubert (Org.). Zur Rechtssoziologie Max Webers: Interpretation, Kritik, Weiterentwicklung. Oplden: Westdeutscher Verlag, 1984.
CAPPELLINI, Paolo. La Forma-Codice e i suoi destinatari: morfologie e metamorfosi di un paradigma della modernità. In: CAPPELLINI, Paolo; SORDI, Bernardo (Orgs.). CODICI: UNA RIFLESSIONE DI FINE MILLENNIO. 1., 2000, Firenze, Atti dell'incontro di studio, Milano: Giuffrè, 2002, pp. 11-68.
CAPPELLINI, Paolo. Systema iuris. Vol. I: Genesi del sistema e nascita della “scienza” delle pandette. Milano: Giuffrè Editore, 1984.
CAPPELLINI, Paolo. Systema iuris. Vol. II: Dal sistema alla teoria generale. Milano: Giuffrè Editore, 1985.
CISSOKO, Sékéné Mody. Os Songhai do século XII ao XVI. In: NIANE, Djibril Tamsir (Org.). História Geral da África. Vol. IV: África do século XII ao XVI. 2. ed. Brasília: UNESCO, 2010, pp. 211-36.
COHN, Gabriel. Prefácio: como um Hobby ajuda a entender um Grande Tema. In: Os Fundamentos Racionais e Sociológicos da Música. Tradução de Leopoldo Waizbort. São Paulo: Editora da USP, 1995.
D’AVRAY, David. Max Weber and Comparative Legal History. In: LEWIS, Andrew; LOBBAN, Michael (Org.). Law and History. Current legal Issues. Vol. 6. Oxford; New York : Oxford University Press, 2004, pp. 189-99.
DE CASTRO, Alexander. Beccaria e o direito penal do absolutismo esclarecido: O reformismo habsbúrgico e o Iluminismo na Lombardia austríaca. In: DE CASTRO, A.; DAL RI JÚNIOR, A.; SONTAG, R.; DE PAULO, A. Iluminismo e Direito Penal. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2009, pp. 13-66.
DEININGER, Jürgen. Editorischer Bericht. In: WEBER, Max. Die römische Agrargeschichte in ihrer Bedeutung für das Staats- und Privatrecht. Herausgegeben von Jürgen Deininger. Tübingen: Mohr Siebeck, 1986, pp. 56-89.
DILCHER, Gehard. As raízes jurídicas de Max Weber. Tempo social: revista de sociologia da USP. São Paulo, v. 25, n. 1, pp. 85-98, 2012.
DILCHER, Gehard. Von der Rechtsgeschichte zur Soziologie: Max Webers Auseinandersetzung mit der Historischen Rechtsschule. Juristen Zeitung. Tübingen, ano 62, n. 3, pp. 105-112, Februar 2007.
DILCHER, Gerhard; LEPSIUS, Susanne. Einleitung. In: WEBER, Max. Zur geschichte der Handerlsgesellschaften im Mittelalter. Schriften 1889-1894. Herausgegeben von Gerhard Dilcher und Susanne Lepsius. Tübingen: Mohr Siebeck, 2008, pp. 1-97.
FREDERICO II. O Anti-Maquiavel. Tradução de Ivone C. Benedetti. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.
FREUND, Julien. Die Rationalisierung des Rechts nach Max Weber. In: REHBINDER, Manfred; TIECK, Klaus-Peter (Org.). Max Weber als Rechtssoziologe. Berlin: Duncker & Humblot, 1987.
FREUND, Julien. Sociologia de Max Weber. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1970.
FRIGO, Daniela. Disciplina rei familiariae: a economia como modelo administrativo de Ancien Régime. Penélope: revista de história e ciências sociais. Lisboa, n. 6, pp. 47-62, 1991.
FRIGO, Daniela. Il padre di famiglia: governo della casa e governo civile nella tradizione dell’“econômica” tra cinque e seicento. Roma: Bulzoni Editore, 1985.
FRIGO, Daniela. Principe, Giudici, Giustizia: Mutamenti Dottrinali e Vicende Istituzionali fra Sei e Settecento. In: COLAO, Floriana; BERLINGER, Luigi (Org.). Illuminismo e Dottrine Penali. Milano: Giuffrè, 1990, pp. 3-38.
HENKEL, Thomas. Begriffsjurisprudenz und Billigkeit: zum Rechtsformalismus der Pandektistik nach G. F. Puchta. Köln: Böhlau Verlag, 2004.
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Tradução de João Baptista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
LEPSIUS, M. Rainer. “Economia e sociedade”: a herança de Max Weber à luz da edição de sua Obra completa (MWG). Tempo social: revista de sociologia da USP. São Paulo, v. 25, n. 1, pp. 137–145, 2012.
LUIG, Klaus. Conring, das deutsche Recht und die Rechtsgeschichte. In: LUIG, Klaus. Römisches Recht, Naturrecht, nationales Recht. Goldbach: Keip, 1998a, pp. 319–59.
LUIG, Klaus. Samuel Stryk (1640–1710) und der usus modernus pandectarum. In: LUIG, Klaus. Römisches Recht, Naturrecht, nationales Recht. Goldbach: Keip, 1998b, pp. 91–107.
MARRA, Realino. Dalla comunità al diritto moderno: La formazione giuridica di Max Weber 1882-1889. Torino: Giappichelli, 1992.
MOUSOURAKIS, George. Roman Law and the Origins of the Civil Law Tradition. New York: Springer, 2014.
MURATORI, Ludovico Antonio. Della pubblica felicità: Oggetto de' buoni prìncipi. Organizado por Cesare Mozzarelli. Roma: Donzelli Editore, 1996.
PETERSEN, Jens. Max Webers Rechtssoziologie und die juristische Methodenlehre. Tübingen: Mohr Siebeck, 2014.
PIERUCCI, Antônio Flávio. Economia e sociedade: últimos achados sobre a “grande obra” de Max Weber. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo, vol. 23, n. 68, pp.41-51, 2008.
PIERUCCI, Antônio Flávio. O Desencantamento do Mundo. São Paulo: Ed.34, 2003.
RANIERI, Filippo. Entscheidungsfindung und Technik der Urteilsredaktion in der Tradition des deutschen Usus Modernus: das Beispiel der Aktenrelationen am Reichskammergericht. In: WIJFFELS, Alain (Org.). Case Law in the Making: The Techniques and Methods of Judicial Records and Law Reports. Vol. 1. Berlin: Duncker und Humblot, 1997, pp. 277-297.
REHBINDER, Manfred. Max Weber und die Rechtswissenschaft. In: REHBINDER, Manfred; TIECK, Klaus-Peter (Org.). Max Weber als Rechtssoziologe. Berlin: Duncker & Humblot, 1987, pp. 127-149.
REHBINDER, Manfred; TIECK, Klaus-Peter (Org.). Max Weber als Rechtssoziologe. Berlin: Duncker & Humblot, 1987.
ROCCO, Arturo. Il problema e il metodo nella scienza del diritto penale: Prelezione al corso di diritto e procedura penale, letta nella R. Università di Sassari il 15 gennaio 1910. Rivista di diritto e procedura penale. Milano, vol. I, pp. 497-521, 560-82, 1910.
ROOS, Nico. Antiformale Tendenze im modernen Recht: eine These Max Webers, diskutiert am Beispiel der Laienrichterfrage. In: BREUER, Stefan; TREIBER, Hubert (Org.). Zur Rechtssoziologie Max Webers: Interpretation, Kritik, Weiterentwicklung. Oplden: Westdeutscher Verlag, 1984, pp. 223-267.
SBRICCOLI, Mario. L’interpretazione dello statuto: contributo allo studio della funzione dei giuristi nell'età comunale. Milano: A. Giuffrè, 1969.
SCHIERA, Pierangelo. Il cameralismo e l'assolutismo tedesco: Dall'arte di governo alle scienze dello Stato. Milano: A. Giuffre, 1968.
SCHIERA, Pierangelo. Max Weber und die deutsche Rechtswissenschaft des 19. Jahrhunderts. In: REHBINDER, Manfred; TIECK, Klaus-Peter (Org.). Max Weber als Rechtssoziologe. Berlin: Duncker & Humblot, 1987, pp. 150-168.
SCHLUCHTER, Wolfgang. Die Entstehung des modernen Rationalismus: Eine Analyse von Max Webers Entwicklungsgeschichte des Okzidents. Frankfurt a.M.: Suhrkamp,1998.
SCHLUCHTER, Wolfgang. Die Entwicklung des okzidentalen Rationalismus: Eine Analyse von Max Webers Gesellschaftsgeschichte. Tübingen: Mohr Siebeck, 1979.
SCHULZE, Reiner. Policey und Gesetzgebungslehre im 18. Jahrhundert, Berlin, Duncker & Humblot, 1982.
SEELAENDER, Airton L. Cerqueira Leite. “Economia Civil” e “Polícia” no ensino do “Direito Pátrio” em Coimbra: Notas sobre as “Prelecções” de Ricardo Raymundo Nogueira. Tempo: Revista do Departamento de História da UFF. Niterói, vol.17, n. 31, pp.35-63, 2011.
SEELAENDER, Airton L. Cerqueira Leite. A “Polícia” e as Funções do Estado: Notas sobre a “Polícia” do Antigo Regime. Revista da Faculdade de Direito. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, v. 49, pp. 73-87, 2010a.
SEELAENDER, Airton L. Cerqueira Leite. A Polícia e o Rei-Legislador. In: BITTAR, Eduardo C. B. (Org.). História do Direito Brasileiro: Leituras da Ordem Jurídica Nacional. São Paulo: Editora Atlas, 2010b, pp. 120-35.
SEELAENDER, Airton L. Cerqueira Leite. Polizei, Ökonomie und Gesetzgebungslehre. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 2003.
SELL, Carlos Eduardo. Racionalidade e racionalização em Max Weber. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo, vol. 27, n. 79, pp. 153-233, junho/2012.
SONTAG, Ricardo. Teoria da legislação e direito penal em Jeremy Bentham: a questão dos destinatários. In: DAL RI JÚNIOR, Arno; SONTAG, Ricardo (Org.). História do direito penal entre medievo e modernidade. Belo Horizonte: Del Rey, 2011, pp. 231-252.
STOLLEIS, Michael. Geschichte des öffentlichen Rechts in Deutschland. Band 1: Reichspublizistik und Policeywissenschaft 1600 bis 1800. München: Beck, 1988.
TUORI, Kaius. Weber and the Ideal of Roman Law. In: LEWIS, Andrew; LOBBAN, Michael (Org.). Law and History. Current legal Issues. Vol. 6. Oxford; New York : Oxford University Press, 2004, pp. 201-14.
TURNER, Stephen P.; FACTOR, Regis A. Max Weber: The Lawyer as Social Thinker. London, New York: Routledge, 1994.
VOPPEL, Reinhard. Der Einfluß des Naturrechts auf den usus modernus: Eine Untersuchung anhand der Literatur zum geltenden Recht im 17. und 18. Jahrhundert. Köln: Heymann, 1996.
WEBER, Max. A “objetividade” do conhecimento na ciência social e na ciência política. In: WEBER, Max. Metodologia das Ciências Sociais. Parte 1. Tradução de Augustin Wernet. 4. ed. São Paulo: Cortez Editora; Campinas: Editora da Unicamp, 2001, pp. 107-154.
WEBER, Max. A ciência como vocação. In: WEBER, Max. Ciência e Política: duas vocações. Tradução de Leonidas Hegenberg e Octany Silveira da Mota. 12. ed. São Paulo: Cultrix, 2004, pp. 17-52.
WEBER, Max. Die römische Agrargeschichte in ihrer Bedeutung für das Staats- und Privatrecht. Herausgegeben von Jürgen Deininger. Tübingen: Mohr Siebeck, 1986.
WEBER, Max. Economia e Sociedade. Vol. 2. Tradução de Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. Brasília: Editora Universidade de Brasília; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1999.
WEBER, Max. Zur geschichte der Handerlsgesellschaften im Mittelalter. Schriften 1889-1894. Herausgegeben von Gerhard Dilcher und Susanne Lepsius. Tübingen: Mohr Siebeck, 2008.
WIEACKER, Franz. Privatrechtsgeschichte der Neuzeit: unter besonderer Berücksichtigung der deutschen Entwicklung. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1967.
WILLOWEIT, Dietmar. Der Usus modernus oder die geschichtliche Begründung des Rechts. Zur rechtstheoretischen Bedeutung des Methodenwandels im späten 17. Jahrhundert. In: WILLOWEIT, Dietmar (Org.). Die Begründung des Rechts als historisches Problem. München: Oldenbourg Verlag, 2000, pp. 229-246.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à Revista Brasileira de Estudos Políticos o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution. Essa licença permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, desde que sem fins comerciais.
É permitido ainda que outros distribuam, adaptem e criem a partir do seu trabalho, sem fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
The authors maintain the copyright and grant the Brazilian Journal of Political Studies the right of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License. This license allows the sharing of the work with authorship recognition and initial publication in this journal, as long as it is not for commercial purposes.
It is also allowed that others distribute, adapt and create from their work, without commercial purposes, as long as they attribute due credit for the original creation.
Authors are allowed to enter into additional contracts separately for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g., publish in an institutional repository or as a book chapter), with authorship recognition and initial publication in this journal.
Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online after the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase the impact and citation of the published work.