Poder e (in)tolerância: a importância da memória na reconstrução de uma identidade
DOI:
https://doi.org/10.9732/P.0034-7191.2016V112P299Resumo
Qual a importância de se pensar o passado ou de não deixar esse passado esvair-se no esquecimento? O holocausto não caiu no esquecimento, sobretudo em razão dos seus testemunhos, indispensáveis que foram (e, ainda, o são) para a construção da sua memória. Ele é a demonstração do quanto a humanidade é vulnerável, tanto por ser vítima, quanto por ser algoz, pois os mecanismos de construção de uma cultura de tolerância podem ser os mesmos a viabilizar a de intolerância. Afinal, são mecanismos de poder. O presente artigo não é um trabalho sobre o holocausto, mas, sim, sobre a importância da sua memória, vista numa perspectiva transdisciplinar, face a sua natureza complexa e multifacetária, que envolve o aspecto humano, ético, jurídico, sociocultural, político, histórico e filosófico. A partir das peculiaridades da pesquisa, é possível estabelecer uma relação entre o resgate da história e a importância do não esquecimento, como marco absolutamente necessário para a maturidade e a consciência históricas de uma sociedade.
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