Antifonte antilógico: sobre physis e nomos

Autores

  • Nuno Manuel Morgadinho dos Santos Coelho

DOI:

https://doi.org/10.9732/rbep.v116i0.586

Resumo

Neste artigo, examinam-se textos do Ateniense Antifonte (séc. V a.C.) – em especial o fragmento 44 (a, b, c) do tratado Acerca da Verdade, que versa sobre a justiça e ponto alto da problematização sofística sobre as relações entre direito e natureza. Assume-se a hipótese de as passagens contraditórias que se encontram nos diferentes tratados e discursos de Antifonte são representativas não só do exercício da Antilogia como aptidão retórica e dialética para sustentar os dois lados de qualquer debate (no quadro da cultura antilógica sintetizada pelas máximas protagóreas de acordo com as quais “sobre tudo é possível dois discursos” e que “sabedoria é tornar o argumento mais fraco, mais forte”) mas também do esforço filosófico por extrair, do princípio antilógico, todas as suas consequências filosóficas, e assim participar do debate de seu tempo. À esta luz, examinam- -se as célebres passagens de Antifonte sobre a justiça natural e a justiça convencional, que marcam o debate político e jurídico grego clássico. Conclui-se que, ao contrário de procurar mostrar a supremacia da justiça conforme a natureza ou da justiça conforme a convenção, o que Antifonte pretende com o texto em questão é exatamente mostrar a impossibilidade da superação da oposição entre physis e nomos.

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Publicado

2018-07-03

Como Citar

Coelho, N. M. M. dos S. (2018). Antifonte antilógico: sobre physis e nomos. Revista Brasileira De Estudos Políticos, 116. https://doi.org/10.9732/rbep.v116i0.586

Edição

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Artigos