A objeção de Popper e Berlin à tese do relativismo cultural
DOI:
https://doi.org/10.9732/2021.v122.694Palavras-chave:
Dignidade, Karl Popper, Isaiah Berlin, Relativismo cultural, MisoginiaResumo
PROBLEMÁTICA: A problemática do presente artigo abrange a posição teórica de Karl R. Popper e de Isaiah Berlin sobre a tese do relativismo cultural.
OBJETIVOS: O presente estudo objetiva apresentar os contrapontos de Karl Popper e de Isaiah Berlin à tese do relativismo cultural, principalmente a partir do exame dos textos O Mito do Contexto e a A Busca do Ideal.
METODOLOGIA: A partir do método dedutivo, em primeiro lugar, será analisada a posição teórica de Popper sobre a tese do relativismo cultural. Sequencialmente, a posição teórica de Berlin. Por fim, serão analisadas ambas as posições em casos exemplificativos.
RESULTADO: A análise efetuada permite a crítica à tese do relativismo cultural, segundo a qual qualquer discussão racional somente é possível com a partilha de contextos comuns. Avança ao propor a necessidade de confronto entre diferentes culturas e contextos e o uso do pluralismo metodológico na crítica ao relativismo.
CONCLUSÕES: Como conclusão do trabalho, de acordo com o relativismo, a discussão racional somente seria possível caso os indivíduos partilhassem contextos comuns, inclusive culturais. Popper, ao contrário, afirma que nossa civilização advém justamente do confronto de diferentes culturas e, por conseguinte, do confronto de diferentes contextos. No mesmo sentido, Isaiah Berlin sugere o “pluralismo metodológico” no embate ao relativismo; as colisões, para ele, fazem parte da essência dos valores. Berlin aconselha a criticar aqueles que sugerem que essas contradições serão resolvidas em algum mundo perfeito.
Referências
BERLIN, Isaiah. A busca do ideal. In: ______. Estudos sobre a humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 41-57.
______. O divórcio entre a ciência e as humanidades. In: ______. Estudos sobre a humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 349-378.
BOSCO, Francisco. Misoginia em Nova Délhi. O Globo, Rio de Janeiro, 8 jan. 2013. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/cultura/misoginia-em-nova-delhi-7231822>. Acesso em: 8 jan. 2013.
DINIZ, Débora. Entre o coice e o estigma. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 12 jan. 2013. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,entre-o-coice-e-o-estigma,983542,0.htm>. Acesso em: 13 jan. 2013.
GIRI, Ananta Kumar Giri. O “governo da lei” e a sociedade indiana. In: COSTA, Pietro; ZOLO, Daniel (Orgs.). O Estado de Direito: história, teoria e crítica. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 859-896.
GRUBBA, Leilane Serratine. Método empírico-indutivo: de Bacon aos trabalhos científicos em direito. In., Revista do instituto do Direito Brasileiro, v. 1, 2012. p. 6095-6128.
GRUBBA, Leilane Serratine; RODRIGUES, Horácio Wanderlei. Epistemologia jurídica: diálogo cruzado entre o empirismo de Bacon e o racionalismo cartesiano. In., Revista Opinião Jurídica (Fortaleza), v. 15, 2013. p. 124-148.
GRUBBA, Leilane Serratine. O essencialismo nos direitos humanos. Florianópolis: Empório do Direito, 2015.
POPPER, Karl. O mito do contexto. In:______. O mito do contexto: em defesa da ciência e da racionalidade. Lisboa: Edições 70, 1999, p. 68-113.
______. A miséria do historicismo. São Paulo: Cultrix, 1980.
RODRIGUES, Horácio Wanderlei; GRUBBA, Leilane Serratine. O direito como um processo emancipatório: a epistemologia dialética no Brasil. In: Argumenta (FUNDINOPI), v. 18, 2013. p. 31-62.
SANTOS NETO, Arnaldo Bastos; RAMOS, Renata Rodrigues. Breves reflexões sobre o antiplatonismo de Kelsen na defesa por sociedades abertas. In: Revista Eletrônica Direito e Liberdade, v. 18, 2016. p. 47-22.
SHANDALL, A. Circumcision and infibulation of females. In., Sudan Medical Journal, 5, 1967. p. 178-212.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à Revista Brasileira de Estudos Políticos o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution. Essa licença permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, desde que sem fins comerciais.
É permitido ainda que outros distribuam, adaptem e criem a partir do seu trabalho, sem fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
The authors maintain the copyright and grant the Brazilian Journal of Political Studies the right of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License. This license allows the sharing of the work with authorship recognition and initial publication in this journal, as long as it is not for commercial purposes.
It is also allowed that others distribute, adapt and create from their work, without commercial purposes, as long as they attribute due credit for the original creation.
Authors are allowed to enter into additional contracts separately for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g., publish in an institutional repository or as a book chapter), with authorship recognition and initial publication in this journal.
Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online after the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase the impact and citation of the published work.